Partindo do pensamento de que o óbvio não é óbvio, não são todos os jovens talentos que sabem que o são. Certa vez, um candidato se desclassificou durante a triagem dos currículos por se declarar “júnior” para uma função descrita como “sênior”.
Ora bolas, mas ele nem aprofundou o assunto ou tentou entender quais habilidades eram procuradas pela empresa contratante! É possível que muito do que ele dispunha em seu currículo atendia, e bem, a prática do que se esperava para a função.
Fiquei pensando ainda por alguns dias e comecei a observar, com mais atenção, os outros jovens à minha volta. A impressão que tive foi de que grande parte dos jovens ainda não tem ideia do valor que possui e nem como potencializar com o que o mercado precisa.
Conheço muitos que criticam e até negligenciam colegas que aliam estudos com o trabalho. Como se fosse uma traição trabalhar enquanto se estuda. Me parece um tanto dúbio, pois ainda que as intenções sejam de seguir uma carreira acadêmica, é importante estar ao menos conectado às práticas mercadológicas, mesmo que com o pretexto de saber o que se passa e entender demandas para o desenvolvimento de projetos inovadores.
Para o jovem candidato, é importante circular, observar e absorver conhecimentos para, harmonicamente, canalizar as exigências corporativas com as respostas contidas em seu valioso conjunto de habilidades.
Esse cenário também acontece antes mesmo da seleção. Muitas vezes, o candidato, ao ver as exigências da empresa contratante, desiste de enviar o currículo por imaginar que não vai corresponder às expectativas do entrevistador. E, assim, desperdiça uma oportunidade que poderia ser a porta de entrada para o conhecimento e o desenvolvimento de novas habilidades.
A experiência conta, sim, mas a curiosidade e o desejo de aprender cada vez mais também devem ser características desses jovens profissionais. Quem é curioso busca aprender e se aperfeiçoar a cada dia, o que impulsiona o desenvolvimento. A constante busca por conhecimento mantém o candidato mais seguro de si.
Você pode não saber o seu real valor, mas, ainda assim, pode torná-lo cada vez mais evidente.
Identificar o próprio valor é possível, basta dar atenção a alguns fatores. Considere que em uma entrevista para uma vaga, haverá o momento em que terá o contato com o possível futuro gestor. Nesse momento, a atenção e as expectativas dele se concentrarão em três aspectos:
Qualificação – certamente as certificações acadêmicas que estiverem descritas em seu currículo serão analisadas e, por isso, devem estar em constante evolução. Buscar sempre novas qualificações é indispensável para quem deseja ter uma trajetória profissional diversificada.
Desempenho – o que você fez, como fez e que resultado alcançou é um fator fundamental na entrevista. Mesmo aqueles que ainda não estiveram envolvidos em atividades corporativas podem alcançar performance em atividades voluntárias ou em empresas juniores.
Interesse – saber o que quer é importante para determinar seus objetivos, contudo, a energia que você está disposto a empreender na direção de seus objetivos é realmente o que importa, afinal, é essa energia que irá determinar o grau de desconforto que você está disposto a suportar para atingir suas metas.
Portanto, faça uma avaliação de suas condições nesse aspectos e aventure-se na sua carreira de vida! Boa sorte!